Levantamento das queimadas na região foi elaborado pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul
Foram identificados 20 pontos centrais de incêndios no Mato Grosso do Sul que contribuíram para o recorde de queimadas no Pantanal. Os dados são do levantamento do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e divulgados nesta quarta (3).
O relatório identificou que os 20 pontos iniciais geraram 14 grandes incêndios, queimando uma área total de 292,86 mil hectares e afetando 177 propriedades rurais, uma Terra Indígena e três Unidades de Conservação.
Além disso, os incêndios atingiram 39,28 hectares em território boliviano. Alguns desses incêndios ainda não foram completamente contidos, indicando que os números podem aumentar.
A identificação dos locais de início dos incêndios foi realizada pelo MPMS por meio de imagens de satélite, com a maior parte dos incêndios iniciados de forma campestre (65,82%), savânica (19,52%) e florestal (5,76%).
Foram identificados 13 imóveis rurais entre os 20 pontos iniciais de incêndio, uma Terra Indígena e áreas não cadastradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
As ignições ocorreram principalmente em Corumbá (17 pontos) e Porto Murtinho (3 pontos), com nove pontos próximos a rios navegáveis, três próximos a estradas e três em divisas de imóveis.
Cinco pontos estavam em áreas isoladas, sendo duas sem cadastro de imóvel e três no interior de propriedades privadas.
Alguns incêndios ocorreram em áreas sem ocupação humana ou proximidade com rios ou estradas, como o caso de um incêndio em Corumbá que teve grande repercussão nacional. Em pelo menos duas propriedades consideradas “abandonadas”, não foram encontradas pessoas ou animais, sugerindo uma possível ligação com os incêndios.
Em um incidente, por exemplo, o incêndio começou devido a uma queima científica autorizada que perdeu o controle, queimando aproximadamente 160 hectares. Outro caso citado, um proprietário denunciou que uma propriedade vizinha iniciou um incêndio para destruir uma colmeia.