De acordo com o Dr. Carlos Alberto Arges Junior, no Direito Penal, o tempo exerce um papel fundamental na aplicação da justiça. A prescrição é um conceito jurídico que determina a perda do direito do Estado de punir um indivíduo após um determinado período, isso significa que, se a punição não for aplicada dentro do prazo previsto em lei, o crime deixa de poder ser julgado ou executado.
Mas como funciona esse mecanismo e quais são suas implicações na prática? Descubra, a seguir!
O que é a prescrição no Direito Penal?
Conforme explica o advogado Carlos Alberto Arges Junior, a prescrição no Direito Penal é a extinção da punibilidade devido ao decurso do tempo. Em outras palavras, se o Estado não processa ou não executa a pena de um crime dentro de um prazo estabelecido, ele perde o direito de punir o infrator, esse instituto tem como objetivo garantir segurança jurídica, evitando que processos se prolonguem indefinidamente e respeitando o princípio da razoabilidade no tempo da aplicação da pena.
Os prazos de prescrição variam conforme a gravidade do crime e a pena prevista no Código Penal. O artigo 109 do Código Penal brasileiro estabelece diferentes prazos, que podem chegar a 20 anos em crimes mais graves. No entanto, existem casos em que a prescrição pode ser interrompida ou suspensa, como quando há a fuga do réu ou quando o julgamento é interrompido por recursos processuais.

Como a prescrição é aplicada nos processos criminais?
A prescrição pode ocorrer em dois momentos distintos: antes da condenação definitiva (prescrição da pretensão punitiva) e após a condenação (prescrição da pretensão executória). No primeiro caso, se o processo não for finalizado dentro do prazo determinado, o Estado perde o direito de punir o réu; no segundo caso, mesmo após a condenação, se a pena não for executada dentro do prazo previsto, o Estado também perde a possibilidade de aplicá-la.
Como alude o Dr. Carlos Alberto Arges Junior, a prescrição pode ser reduzida ou aumentada dependendo das circunstâncias do caso. Por exemplo, a prescrição pode ser reduzida pela metade se o réu for menor de 21 anos na data do crime, conforme o artigo 115 do Código Penal. Por outro lado, crimes como racismo e crimes hediondos possuem regras específicas que impedem ou dificultam a prescrição, garantindo que esses delitos sejam punidos independentemente do tempo decorrido.
Quais são os efeitos da prescrição para o acusado e para a sociedade?
Segundo o advogado Carlos Alberto Arges Junior, para o acusado, a prescrição representa o fim da possibilidade de ser punido por um crime cometido no passado, garantindo que ele não possa ser condenado ou ter sua pena executada após o prazo legal. Isso evita que processos fiquem indefinidamente em aberto, protegendo o direito do réu a um julgamento justo e dentro de um prazo razoável.
Portanto, como expõe o Dr. Carlos Alberto Arges Junior, para a sociedade, a prescrição pode gerar um sentimento de impunidade, especialmente em casos de crimes graves. Se o Estado não julgar ou executar uma pena a tempo, isso pode dar a impressão de falha no sistema de justiça, prejudicando a credibilidade das instituições. Assim, a prescrição deve ser analisada com cautela, equilibrando os direitos individuais com a necessidade de efetivação da justiça.
Sendo assim, pode-se concluir que a prescrição no Direito Penal é um mecanismo essencial para garantir a segurança jurídica e evitar punições tardias, mas também impõe desafios à efetividade da justiça. Seu prazo varia conforme a gravidade do crime e pode ser interrompido ou suspenso em determinadas situações. Embora seja um direito fundamental para os acusados, a prescrição pode gerar insatisfação social quando impede a punição de crimes graves.
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