Segundo o médico Antuan Neder, manter uma rotina saudável é um objetivo comum, especialmente diante do bombardeio diário de informações sobre alimentação, exercícios e bem-estar. No entanto, esse cuidado pode facilmente se transformar em obsessão, gerando culpa, ansiedade e até prejuízos à saúde mental. A boa notícia é que é possível cuidar do corpo e da mente sem cair na armadilha do extremismo, com equilíbrio e leveza.
A chave está em entender que saúde não é sinônimo de perfeição, mas de constância e bom senso. Comer bem, se movimentar e dormir o suficiente são pilares importantes, mas também é fundamental saber que deslizes fazem parte da vida. Cultivar uma rotina saudável deve ser mais sobre autocuidado do que autocrítica — e isso pode (e deve) ser leve, prazeroso e sustentável.
É preciso seguir tudo à risca para ser saudável?
Não. Antuan Neder frisa que a ideia de que só é saudável quem segue uma dieta 100% limpa ou treina todos os dias é um mito moderno. A saúde não está nos extremos, mas na regularidade das boas escolhas, respeitando as individualidades e limitações de cada um. Comer uma sobremesa no fim de semana ou faltar a um treino não anula todos os seus esforços, equilíbrio é mais importante que rigidez.
Além disso, o corpo humano é resiliente e adaptável. Uma alimentação majoritariamente nutritiva, combinada com atividades físicas frequentes, já oferece enormes benefícios. Pequenas concessões fazem parte da vida social, emocional e até espiritual. Portanto, mais vale uma rotina possível e constante do que uma idealizada, difícil de manter e cheia de culpas.

Como encontrar um equilíbrio saudável?
O primeiro passo é se libertar da comparação com padrões irreais. Influenciadores, atletas e modelos muitas vezes seguem rotinas que não cabem na realidade da maioria das pessoas. Como explica o Dr. Antuan Neder, adotar hábitos saudáveis deve ser algo construído com base na sua rotina, nos seus objetivos e no que te faz bem — não numa busca por validação externa.
Criar metas realistas e sustentáveis também é essencial. Não precisa mudar tudo de uma vez: comece ajustando o que for mais simples, como incluir mais frutas nas refeições ou fazer caminhadas curtas. Com o tempo, essas ações se tornam parte do seu cotidiano, sem sofrimento. É nesse ponto que o equilíbrio se estabelece: quando o cuidado com a saúde encaixa naturalmente na sua vida.
O que fazer quando a rotina saudável vira obsessão?
Fique atento aos sinais de que algo saiu do equilíbrio: sentimentos de culpa ao comer certos alimentos, ansiedade ao pular um treino, ou excesso de autocobrança podem indicar que a busca por saúde está se tornando um problema. Antuan Neder reflete que nesses casos é importante reavaliar as motivações e, se necessário, buscar ajuda profissional, como de nutricionistas e psicólogos.
A ortorexia — obsessão por alimentação “correta” — é um exemplo de como hábitos saudáveis podem se transformar em transtornos. A saúde física perde o sentido quando compromete a saúde emocional, afetando relacionamentos, humor e até o desempenho no trabalho ou nos estudos. Permitir-se momentos de flexibilidade, prazer e descanso é parte do processo de viver bem. Ser saudável é também ser gentil consigo mesmo e cultivar uma relação positiva com a própria rotina.
Viva bem, com leveza
Antuan Neder conclui que cuidar da saúde não deve ser uma prisão, mas uma expressão de amor-próprio. Quando aprendemos a ouvir nosso corpo e respeitar nossos limites, o autocuidado deixa de ser uma obrigação e vira um hábito prazeroso. A saúde, afinal, é feita de constância e compaixão, não de perfeição. Mais do que buscar um padrão inalcançável, o ideal é construir um estilo de vida que te faça bem a longo prazo. Afinal, viver com equilíbrio, alegria e liberdade é o maior sinal de saúde que existe!
Autor: Sherse Faxyria